domingo, 24 de enero de 2010

GRABADO: Cosme de Farías
Cosme de Farias e os Capoeiras na Bahia:
Um Capítulo de História e Cultura afro-brasileira Josivaldo Pires de Oliveira (Bel)1 Nasceu no dia 02 de abril de 1875, em São Tomé de Paripe, subúrbio de Salvador, então Província da Bahia, filho de Paulino Manuel e Júlia Cândida de Farias, cursou apenas
o primário. Seria o bastante para se tornar vereador, deputado estadual, ativista social tendo, como rábula, defendido “mais de 30 mil ladrões, prostitutas, bicheiros, homicidas, homens e mulheres caluniados, pobres que mofariam na cadeia sem dar a sua versão dos fatos”.8 Muitos desses “criminosos” ou ludibriados réus defendidos por Cosme de Farias eram capoeiras. Em grande parte dos documentos que encontrei na pesquisa que deu origem ao livro No tempo dos valentes, o Major aparecia como autor de pedido de soltura e habeas-corpus em favor de indivíduos identificados como capoeiras. 9 Os casos que se
seguem ilustram a prática do rábula na defesa de capoeiras que comprovadamente se envolveram em conflitos de rua com diferentes proporções, gerando assim problemas com
a justiça. Desde assassinatos de grande repercussão como foi o caso do capoeira Bastião, até as pequenas contendas da vida diária que marcaram a experiência de vida dos capoeiras
Pedro Porreta e Chico Três Pedaços, o Major Cosme de Farias era requisitado como orábula dos capoeiras.
Fac-símile do original do pedido de soltura (P. deferimento) em
favor do capoeira Chico Três Pedaços, assinado pelo Major Cosmede Farias, disponível no Arquivo Público do Estado da Bahia –Seção Judiciária
.

sábado, 23 de enero de 2010

"Com o Pé sobre um Vulcão": Africanos Minas, Identidades e a Repressão Antiafricana no Rio de Janeiro (1830-1840)

GRABADO:Jogo de capoeira na Bahia, década de 1820.
http://saladepesquisacapoeira.blogspot.com/2009/08/1733-carolina-del-sur-boxeador-y.html

"Com o Pé sobre um Vulcão": Africanos Minas, Identidades e a Repressão Antiafricana no Rio de Janeiro (1830-1840)

Carlos Eugênio Líbano Soares e Flávio Gomes
Resumo
Este artigo busca retratar o terror que assomou os moradores brancos da cidade do Rio de Janeiro quando do êxodo crescente de africanos ocidentais da cidade de Salvador, na Bahia, para o Rio de Janeiro, principalmente após a derrota do levante malê de 1835. Discute também a questão das identidades políticas construídas pelos africanos ocidentais ocultas sob o manto de identidades "étnicas", geralmente muito mal discutidas pelos historiadores. Também debate o medo da "politização" do protesto escravo que assolou os senhores do Rio nos anos 1830, dentro do quadro maior de inconformismo com os políticos conservadores na Regência.

O segundo semestre de 1835 continuou tormentoso para as autoridades. Além dos capoeiras, número significativo de escravos são presos por conduzirem armas, ou mesmo por desacato a autoridade. Uma simples comparação dos boletins mensais de prisão, de 1833 e 1834, demonstram a escalada insurreta. Mais do que nunca, as ruas da Corte em 1835 são tomadas pela maioria africana e escrava na cidade. Nem os símbolos visíveis da dominação, como os libambos de negros acorrentados, intimidam a avassaladora onda rebelde que percorre a cabeça dos pretos e pretas da cidade. Os proprietários brancos ficam enclausurados em suas casas, com medo da onda negra nas ruas.
A vaga revolucionária que toma o Império, fazendo eclodir levantes de Norte a Sul do país, chega inevitavelmente à capital do Império, e não vem somente da Bahia. Felipe Moçambique, ao ser levado para o Calabouço do Castelo para ser supliciado, fez amaldiçoar seus captores, pois "disse que havia de acontecer aqui o mesmo que aconteceu no Pará", onde a rebelião dos cabanos tomou o poder na capital da província (ANRJ, IJ 7, "Partes...12.11.1835"). A Corte não estava de modo nenhum isolada do contexto do Império. E o contexto do Império era também Atlântico.
Em alguns momentos – como Chalhoub bem definiu – nas ruas da Corte, o medo ficaria sólido como uma rocha. Em julho de 1835, um estranho ofício foi parar na mesa do temido chefe de polícia da Corte, Eusébio de Queiroz Coutinho Matoso Câmara. Era sobre a apreensão, junto a africanos, de um papel escrito com "bizarros sinais", aparentando ser um alfabeto indecifrável. Ninguém na repartição policial soubera decifrar tais escritos. Para decifrador foi convocado um africano nagô. O africano – não sem aparentar dificuldade – prontamente afirmou que aquele era um alfabeto usado por um povo que vivia ao norte de sua terra original, na África Ocidental, para onde os jovens de famílias proeminentes eram mandados, e que era usado pelos sábios de sua gente. Pausadamente ele traduziu o que parecia uma prece muçulmana, mas que reproduzia um diálogo entre defensores da paz e apologistas da "guerra". Não pode haver dúvidas que a tal "guerra" na realidade era um sinônimo para rebelião.16
16. ANRJ, Ij6 170, jan.jul. 1835, ofício do chefe de polícia ao ministro da justiça.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-546X2001000200004

martes, 19 de enero de 2010

Manuscritos de Mestre Pastinha


A capoeira é a luta das lutas. A capoeira é a segunda luta ? Porque a primeira é a dos caboclos, e os africanos juntou-se com a dança, partes do batuque e parte do candobrê, procuraram sua modaliadde. Em cada fregrisia um africano com uma responsabilidade de ensinar, para fazer dela sua arma contra o seu persiguidor, se comunicavam no cantos inprovisados dançava e cantava, inredos inventava, truques, piculas, para dar volta no corpo, esconder o chicote, inventando miseria, o corpo todo faz mizerêr, cabeça, mão, pernas, e só consegue com manhas. E o meu mestre bom, eu aprendi na rua da Laranjeira, e lecionei na rua Sta. Izabel em 1910 a 1912, quando eu abandoei a capoeira, e voltei, em 1941, para organizar o centro de capoeira, o 1o. na Bahia. Na escola de Aprendiz Marinheiro da Bahia eu era o 110, e lecionei os meus camaradas de 1902 a 1909, bom tempo. hoje á uma academia, é a primeira de angola

lunes, 11 de enero de 2010

1917-BAHÍA-Rueda de Capoeira (Mestre Noronha)


Diz mestre Noronha: Em 1917 famos convidado para uma roda de capoeira na Curva Grande roda de capoeira que so tinha gente bamba todos elles estava combinado para nos escurasar junto com a propria policia a roda de capoeira era de um sargento da policia militar corgiu (surgiu) uma forte discucão o sargento sacou uma arma de fogo que foi tomado da mão do sargento pello capoeirista que ten o apelidio Julio Cabeica de Leitoia um grande dizodeiro hove um tiroteio grande paricia uma praca de guerra ouve intervencão da cavalaria foi um caceite disdobrado tanto da parte da policia como dos capoerista fizero de nos capoerista barata no terreiro de galinha .Mais foi engano.

lunes, 4 de enero de 2010


Luís da Câmara Cascudo (1967) em sua obra Folclore do Brasil/ Pesquisas e Notas ao afirmar que.A unanimidade das fontes brasileiras indica a capoeira como tendo vindo de Angola.
Capoeira Angola, vadiação ou brinquedo, como dizem na cidade de Salvador.(1967:181).
Para este folclorista a capoeira seria o N´golo, dança praticada no Sul de Angola. Escreve:
.Entre os mucope do Sul de Angola, há uma dança da zebra,
N´golo, que ocorre durante a Efundula, festa da puberdade
das raparigas, quando essas deixam de ser muficuenas,
meninas, e passam à condição de mulheres, aptas ao
casamento e à procriação. O rapaz vencedor no N´golo tem o
direito de escolher esposa entre as novas iniciadas e sem
pagar o dote esponsalício (...) O N´golo é a Capoeira .....
(Câmara Cascudo, 1967:184).

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domingo, 3 de enero de 2010

RIO 1817-capoeiras" não só jogando "


Gravura: Titulo CAPOEIRA Digital:icon395061_73v_238.tifAutor/Criador:Ender, Thomas, 1793-1875.Título:[Estudos de atitudes: capoeira.]Data:[18--].Em:-Thomas Ender -Procedente do Gabinete de Gravuras do Museu de Belas Artes de Viena
CARTA:
Conjunto documental: Registro de ofícios da Polícia ao comandante da Real e depois Imperial Guarda da Polícia
Notação: códice 327, vol. 01
Data-limite: 1811-1815
Título do fundo: Polícia da Corte
Código do fundo: ØE
Argumento de pesquisa: quilombos
Ementa: registro feito por Paulo Fernandes Vianna, intendente de polícia, para o coronel José Maria Rebello de Andrade Vasconcelos e Souza, primeiro comandante da guarda real de polícia da corte, informando o reaparecimento dos negros capoeiras na cidade, trazendo desordens para diversos lugares. O intendente pede que o rei mantenha escoltas, principalmente nos dias santos, para que sejam presos todos que forem encontrados não só jogando mas também envolvidos em desordens.
Data do documento: 6 de abril de 1816
Local: Rio de Janeiro
Folha(s): 67


http://www.historiacolonial.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=777&query=simple&search%5Fby%5Fauthorname=all&search%5Fby%5Ffield=tax&search%5Fby%5Fheadline=false&search%5Fby%5Fkeywords=any&search%5Fby%5Fpriority=all&search%5Fby%5Fsection=all&search%5Fby%5Fstate=all&search%5Ftext%5Foptions=all&sid=64&text=CAPOEIRAGEM

1817-RIO-Punición de CAPOEIRAS

Carta de Antônio Felipe Soares d’Andrada de Brederode pedindo a punição de negros capoeiras cativos em praça pública. Segundo o documento, eram conhecidos por capoeiras negros forros, livres e cativos, que eram procurados pela Polícia por cometerem delitos freqüentes no Rio de Janeiro. Em função do temor que a sociedade colonial nutria de levantes de escravos, a punição aos delitos cometidos pelos negros deveria servir de exemplo aos outros. Através desta carta, percebe-se ainda uma certa distinção feita entre negros forros e cativos quanto aos castigos recebidos, embora a intenção do exemplo fosse a mesma.
Conjunto documental: Ministério da Justiça
Notação: caixa 774, pct.03
Datas – limite: 1808-1817
Título do fundo: Ministério da Justiça
Código do fundo: 4v
Argumento de pesquisa: Revolta de escravos
Data do documento: 27 de fevereiro de 1817
Local: Rio de JaneiroFolha(s): -
“Senhor, Sendo freqüentes os delitos preparados por indivíduos desta cidade, forros[1] e livres uns; cativos outros; conhecidos pela denominação de capoeiras[2]; tem a vigilante Polícia[3] buscado capturá-los, as Justiças processá-los, e a Casa da Suplicação[4] sentenciá-los com exemplar zelo e interesse do Chanceler que serve de Regedor[5], especialmente nas visitas da Cadeia em que é juiz.Quanto aos forros é uma das penas aflitivas a de açoites pelas ruas públicas; quanto aos cativos na grade da cadeia, e no calabouço. Mas como o principal fim seja o exemplo aterrador dos cativos parecia conseguir-se melhor, sendo dados os açoites nos cativos[6] em Praças mais públicas, e lugares onde estes maus indivíduos capoeiras costumam fazer suas paradas e depois suas desordens e delitos.Mas, como não esteja em uso prático serem açoitados no Pelourinho[7] e Praça do Rossio, na do Capim, na da Sé, e outras, não me atrevendo a fazer esta inovação, posto que a julgue necessária, e haja agora ocasião com dois escravos, um crioulo, outro de Nação condenados em açoites, sou a pedir a Vossa Majestade pelo expediente desta Secretaria de Estado dos Negócios do Brasil queira expedir as ordens a este respeito ao Chanceler que serve de Regedor, (...) para este informar, e ficarem registrados nos livros da Relação para terem o seu devido efeito. Vossa Majestade mandará o que justo lhe parecer ao seu Real Serviço.
Rio de Janeiro, 27 de Fevereiro de 1817.
O Corregedor do Crime da Corte e CasaAntônio Felipe Soares de Andrade de Brederode”
http://www.historiacolonial.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=798&sid=65
Conjunto documental:
Relação de presos feitos na Polícia
Notação: códice 403, vol. 01
Data-limite: 1812-1816
Título do fundo: Polícia da Corte
Código do fundo: ØE
Argumento de pesquisa: Ementa: registro da prisão dos escravos, Felipe Lebolo, Manoel Benguela, José Benguela, Serafim Congo e Augusto Angola, todos por praticarem a capoeira, fazendo tal desordem que quebraram a perna de um negro que teve seu nome ignorado.
Data do documento: 5 de junho de 1811
Local: Rio de JaneiroFolha(s): 8
http://www.historiacolonial.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=777&query=simple&search%5Fby%5Fauthorname=all&search%5Fby%5Ffield=tax&search%5Fby%5Fheadline=false&search%5Fby%5Fkeywords=any&search%5Fby%5Fpriority=all&search%5Fby%5Fsection=all&search%5Fby%5Fstate=all&search%5Ftext%5Foptions=all&sid=64&text=CAPOEIRAGEM