Fotos (Capoeira) tomadas em 1938-39. Fonte: Ruth Landes´ Papers, National Anthropological Archive, Smithsonian Institute, Washington DC.
http://www.arquivoafro.ufba.br/downloads/exibir/476
Fotos tomadas no período de novembro 1940 a março 1941. Fonte: Franklin Frazier´s Papers, Moorland-Spingarn Archive, Howard University, Washington, DC
http://www.arquivoafro.ufba.br/downloads/listar/4
ARTÍCULO:
CAMINHOS CRUZADOS: TRAJETÓRIA INDIVIDUAL E GERAÇÃO
Lucia lippi Oliveira
FUNDAÇAO GETULIO VARGAS CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇAO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DO BRASIL
RIO DE JANEIRO 1988
(PAG14)
O I Congresso Afro-Brasileiro e realizado no Recife em 1 9 3 3 sob a coorderiação de Gilberto Freyre e contando com a presença de Artur Ramos, Édison Carneiro, Jorge Amado entre outros. A judado por Áydano do Couto Ferraz e'Reginaldo Guimarães, Édison Carneiro organiza o 11 Congres so Afro-Brasileiro, realizado na Bahia, em janeiro de 193 7 . " É preciso lembrar que ' as religiões africanas' do tempo de Nina, já eram, para Ramos e Carneiro, ' religiões negras' . Religiões do povo negro da Bahia. " (Lima, 1 987, p. 40) Nes se 11 Congre sso reúnem- se estudiosos locais, pesquisadores esestrangeiros
e pais e mães-de- santo da Bahia. A Bahia era considerada o campo de observação por excelência dos contatos entre brancos e negros. Ali estiveram, nos anos 30 e 40, Melville Herskovits, Roger Bastide, Franklin Frazier, Ruth Landes e Donald Pierson, este ú ltimo vindo realizar a pesquisa para o seu doutoramento na Universidade de Chicago.
http://virtualbib.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/6608/793.pdf?sequence=1
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Em 1933, Gilberto Freyre publicara Casa Grande
ResponderEliminar& Senzala, recebido com muitas críticas pela intelectualidade brasileira, antes
de se tornar, poucos anos depois, a síntese da “cultura brasileira”,5 e o
Congresso do Recife de certo modo pôs em cena, literalmente, no palco do
teatro Santa Isabel, as idéias ali expressas. Nas vésperas do segundo
congresso, numa entrevista concedida a um jornal local, e republicada em
O Estado da Bahia, Gilberto Freyre fazia críticas à organização do Congresso
da Bahia:
Receio muito que vá ter todos os defeitos das coisas improvisadas. Deveria
ser muito maior o prazo para os estudos, para as contribuições dos
verdadeiros estudiosos. Os verdadeiros estudiosos trabalham devagar. A não
ser que os organizadores do atual congresso só estejam preocupados com o
lado mais pitoresco e mais artístico do assunto: as “rodas” de capoeira e de
samba, os toques de “candomblé”, etc. [...] Creio que o fato de o Congresso
Afro-Brasileiro do Recife ter encarado o negro e o mestiço do negro, não
como um problema de patologia biológica, a exemplo do que fez o próprio
Nina Rodrigues – que era um convencido da absoluta inferioridade do negro
e do mulato – mas como um problema principalmente de desajustamento
social, representa uma conquista notável para os estudos sociais brasileiros
e de profunda repercussão política. Mas não me parece que os congressos
afro-brasileiros devam resvalar para a apologia política ou demagógica da gente
de cor (citado em Oliveira e Lima 1987: 129, ênfase adicional)........na apresentação do volume que reuniu os trabalhos apresentados ao II
Congresso Afro-Brasileiro, ficaria inédita por mais de vinte anos, e resume
aquelas discordâncias:
Esta ligação imediata com o povo negro, que foi a glória maior do Congresso da
Bahia, deu ao certame “um colorido único”, como já previra Gilberto Freyre.
Arthur Ramos, em carta que me escreveu sobre a entrevista ao Diário de
Pernambuco, dizia: “O material daí, que [Gilberto Freyre] julga apenas
pitoresco, constituirá justamente a parte de maior interesse científico”. O Congresso
do Recife, levando os babalorixás, com a sua música, para o palco do
Santa Isabel, pôs em xeque a pureza dos ritos africanos. O Congresso da Bahia não
caiu nesse erro. Todas as ocasiões em que os congressistas tomaram contato
com as coisas do negro foi no seu próprio meio de origem, nos candomblés,
nas “rodas” de samba e de capoeira. [...] O Congresso prestou a homenagem
que devia a Nina Rodrigues – inexplicavelmente negligenciado pelo Congresso
do Recife – proclamando-o o pioneiro incontestável dos estudos sobre o negro
no Brasil (Carneiro 1964: 101, ênfase adicional).6
http://ceas.iscte.pt/etnografica/docs/vol_04/N2/Vol_iv_N2_233-266.pdf