jueves, 27 de mayo de 2010

1768-RECIFE- Pretos dançan e facem voltas como Arlequins


Grabado: "Negros Volteadores"
DEBRET. Voyage pittoresque et historique au Brésil. Paris: Didot Firmin et Fréres, 1824.









Da festa barroca à intolerância ilustrada. Irmandades católicas e religiosidade negra na América portuguesa (1750-1815)



Luiz Geraldo Silva
Universidade Federal do Paraná, Brasil

Com efeito, outros contemporâneos de fins do século XVIII e de inícios do século seguinte descreveram as festas do Rosário do Recife e de Olinda nos mesmos termos de Loreto Couto. Em junho de 1780, Dom José da Cunha Grã Ataíde de Melo, o Conde de Povolide — que havia sido governador da capitania entre 1768 e 1769 —, escreveu em Lisboa que em suas festas “os Pretos, divididos em Nações, e com instrumentos próprios de cada uma, dançam, e fazem voltas como Arlequins, e outros dançam com diversos movimentos do corpo, que inda que não sejam os mais inocentes são como os fandangos de Castela e fofas de Portugal, e os Lundus dos Brancos e Pardos daquele País”, isto é, da América portuguesa..................................................................................
.......................As demonstrações públicas da religiosidade negra eram praticamente cotidianas entre os irmãos do Rosário do bairro de Santo Antônio. Nessa direção, como escreve Loreto Couto (158-http://www.estadonacional.usp.br/pesquisa/Textos/repensando.pdf
159) por volta de 1759, eles cantavam o terço com ladainha “todos os dias do ano sem que os
estorve algum acontecimento”. Ao mesmo tempo, os “homens pretos” realizavam um cortejo semanal aos sábados, relativo aos cânticos do terço pelas ruas do Recife.

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