jueves, 31 de diciembre de 2009

1916-BAHÍA- Manuel Querino decribe el "RITUAL DO JOGO"

Das ruas às academias
Por este viés de apresentação, compreendemos a Capoeira como uma cultura extremamente rica e complexa, muitas vezes ampliada pela circularidade construída por indivíduos que também
fazem parte em outras manifestações culturais, e, às vezes, simplificada pelo seu processo de ensino e aprendizagem em vigor nos dias de hoje. O que quer dizer que, mesmo sem a organização e o padrão existente atualmente, a Capoeira se constituiu e se expressa como uma “cultura aberta” ao absorver elementos de outras manifestações culturais.
Para compreender essa transformação citamos Manoel Querino que traz à luz fatos do passado, de um passado que viu e ouviu. Com seus relatos mostra a Capoeira baiana do século XIX e
estes, somados a outros trabalhos, permitem-nos perceber tal prática cultural a partir do estilo de vida do próprio capoeira. O angola era, em geral, pernóstico, excessivamente loquaz, de gestos amaneirados, tipo completo e acabado de capadócio e o introdutor da capoeiragem, na Bahia. A capoeira era uma espécie de jogo atlético, [...]. O capoeira era um indivíduo desconfiado e sempre
prevenido. [...]8
Com relação ao ritual do jogo, além de registrar os locais preferidos, descreve:
Previamente, parlamentavam, por intermédio de gazetas manuscritas. Duas circunstâncias atuavam, poderosamente, no espírito da mocidade, para se entregar aos exercícios da capoeiragem: a leitura da história de Carlos Magno ou os doze pares da França, e bem assim, as narrações guerreiras da vida de Napoleão Bonaparte. Era a mania de ser valente como, modernamente a de cavador. Nesses exercícios que a gíria do capadócio (chamava) de brinquedo, dançavam a capoeira sob o ritmo do berimbau [...]9

8 QUERINO, Manuel. Bahia de outróra – vultos e factos populares. Bahia: Livraria Econômica, 1916, p. 195.
9 Ibidem, p. 196.

FUENTE:
IDENTIDADE OU DIVERSIDADE CULTURAL?capoeirabrasilamazonia.com.br

martes, 29 de diciembre de 2009

Manaus da Belle Époque

Manaus da Belle Époque: um cotidiano em tensão.
A Utopia da Modernidade na Cidade Disciplinar, 1890 1920

Paulo Marreiro dos Santos Júnior
Doutorando em História da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
e-mail: paulomarreiro@hotmail.com


Através de uma análise revisada e redimensionada do processo histórico de Manaus, pode-se questionar que o ufanismo da Belle Époque 4 manauara. Assim, evidenciando um cotidiano muito diferente do vivido pelas classes populares da cidade, esquecidas pela História. Dessa forma, práticas populares serão abordadas aqui em um momento que eram vistas pelas autoridades manauaras como ilícitas e ações criminosas , condenadas pelos códigos normativos, criminalizadas 5................Torna-se enfático o título da matéria abaixo, dando a entender que o acusado fazia parte da elite social de Manaus por proferir que o mesmo era da moda, como também ressaltar que o acusado era um atravessador bastante conhecido no Mercado publico . Das inúmeras notas registradas somente esta parece ser de uma personalidade conhecida na sociedade amazonense e que tenha se envolvido em questões de desordem social.

Joaquim Bonifacio de Almeida, atravessador bastante conhecido no Mercado publico*,
foi preso, hontem no bosque municipal, quando, armado de um reluzente pajehu, promovia desordens, desafiando os populares para uma
lucta á arma branca.
41

5 Criminalização ou criminalizar é a tentativa de enquadramento por via da percepção policial utilizando como subterfúgio algum ato condenável que esteja codificado e sendo vinculado à atitude indesejada pelo policial. Assim, a atitude ou prática condenável não estipulada nos códigos da legalidade torna-se relativa, pois depende de conceitos de moralidade, história de vida, leituras de representações que formam a personalidade do policial, pois esse é quem aborda o suspeito em potencial e quem executa a persecução criminal. Logo, uma reunião de alguns negros do início do século XX poderia representar motivos
para aprisionamento pela tipificação de capoeiragem. A criminalização também é constituída sob a égide do estigma social e territorial. A mesma atitude poderia ser criminalizada ou não dependendo do personagem social e do ambiente que esse se encontra.

41 Jornal do Commercio. Coisas Policiais: Um ferrabraz da moda , 16-11-1917.
fuente:
Manaus da Belle Époque: um cotidiano em tensão. A Utopia da ... -

Jogos, lutas e resistências

Jogos, lutas e resistências
Coordenador: Luiz Augusto Pinho
ENTRE VADIOS, VALENTES E MESTRES CAPOEIRAS
Josivaldo Pires de Oliveira
Mestrando em História Social
Universidade Federal da Bahia
rasbel@zipmail.com.br

Um outro espaço a ser considerado como de resistência foi o Centro Esportivo de Capoeira Angola (CECA), do Mestre Pastinha. O CECA tinha um discurso que legitimava a africanidade da capoeira: “capoeira vêi da África/africano quem criou”.14 A capoeira angola, considerada como a única que resistiu, foi na verdade uma forma de resistência que também se utilizou da via legal. O discurso dos angoleiros afirmava a origem africana da capoeira, enquanto que o discurso autoritário do Estado negava a sua relação com a cultura afro-brasileira. No entanto os angoleiros apropriaram-se do discurso da legalidade para legitimarem a atividade de capoeiragem, inclusive nas ruas, espaço que os membros do Centro de Cultura Física já não se sentiam à vontade em freqüentar em função do status adquirido15. Podemos compreender, desta forma, que a criação do Centro Esportivo de Capoeira Angola representou mais uma possibilidade de resistência cultural por parte dos setores populares de origem afro-descendente.
14. Este cântico, assim como outros que não aparecem neste trabalho, juntamente com alguns depoimentos do mestre representam fontes importantes para essa pesquisa e encontram-se em Mestre Pastinha e sua academia (L. P.). Salvador: Fontana, 1979. Lado A
15 Há um fato relatado por Waldeloir Rego que reflete esta situação: “Então houve um cafuzo, mestre de uma academia, que, ao saber da finalidade do convite, declinou, alegando ser sua academia freqüentada por uma casta já referida, não podendo misturar-se com o povo de festa de largo” ( REGO. Op. cit.: 361).

http://www.uesb.br/anpuhba/artigos/anpuh_I/josivaldo_pires_oliveira.pdf

‘negros da Glete’ ou os ‘bambas da Barra Funda’.

Sons de São Paulo: a atividadera diofônica paulista nos anos1930/40 *Geni Rosa Duarte
**................as populações negras, desde fins do século passado, concentravam-se na capital paulista em regiões já em parte deterioradas próximas ao centro e nos bairros de estrutura urbana precária, geralmente próximos às ferrovias. A Barra Funda, anteriormente ocupada poritalianos, antes da construção da estrada de ferro, passava a ser palco das atividades ligadas às tradições e ao cotidiano dessas populações, ligadas por elos étnicos, sociais e culturais comuns. Vale a pena reproduzir o texto em que José Geraldo Vinci de Moraes descreve os elos desse verdadeiro território negro paulistano: As ‘tias africanas’, por exemplo, à semelhança do Rio de Janeiro e Salvador, abrigavam muitos negros em atividades coletivas religiosas, do jongo às festas cristãs. Nas habitações geralmente coletivizadas, onde moravam extensas famílias, eram freqüentes as atividades musicais em grupo. Muitos dos negros que levavam um tipo de vida mais inferiorizada e marginal, trabalhando nos serviços pesados da ferrovia e armazéns, guardavam certa distância das atividades coletivas, mas realizavam suas rodas de partido alto, de capoeira e pernada, além de serem reconhecidos por todos como os melhores e os mais habilidosos jogadores de futebol da cidade. Como eles viviam no trecho inferior da alameda Glete, ficaram conhecidos como os ‘negros da Glete’ ou os ‘bambas da Barra Funda’.3
http://www.uepg.br/rhr/v8n2/821GeniDuarte.pdf

jueves, 24 de diciembre de 2009

“serviços” de capoeiragem



Os versos aqui registrados por Almirante num programa de rádio em 1946 são precedidos de sua explanação do porquê da expressão “pegar na chaleira”: o senador gaúcho, Pinheiro Machado, líder do Partido Rebublicano, conservador, de grande influência política, tinha o costume de levar uma chaleira para preparar seu chimarrão. Aos aduladores, interessados em seu poder e influência, sempre prontos a servi-lo a qualquer custo, foi aplicada a expressão “pegar na chaleira” como forma de demonstrar o ato de bajular – não importando o quão quente estivesse a chaleira, os aduladores, muitas vezes, pegavam a chaleira fervendo ou “pelo bico”, causando estrago para suas mãos e tornandose fonte de piada para terceiros. Podemos ir mais além. “Subir esta ladeira” referia-se à residência do senador, que ficava no alto do morro da Graça (Glória), e era freqüentada por muitos políticos, proprietários de jornais, e até mesmo pelo João da Baiana, capoeira fiel ao senador, que mantinha lá suas afinidades com ele, para além dos “serviços” de capoeiragem prestados em época de eleição. Pinheiro Machado chegou a mandar restituir, certa vez, um pandeiro que João teve apreendido pela polícia.32


32 “O pandeirista João da Baiana também era convidado a animar as festas do então senador Pinheiro
Machado. Em 1908, não pôde comparecer a uma dessas festas pois a polícia apreendera seu pandeiro (...)
quando tocava nas ruas da Penha. Sabendo do ocorrido, no dia seguinte Pinheiro Machado deu de presente a João da Baiana um novo pandeiro com a inscrição: ‘A minha admiração, João da Baiana, senador Pinheiro Machado’.” Apud Hermano Vianna. O mistério do samba. Op. cit., p. 114.

martes, 22 de diciembre de 2009

Um reconhecimento aos ilustres



FOTO: O Prof. Inezil, na Praia da Urca, em 1948, na clássica posição do discóbolo, ,símbolo da
Educação Física;
É de Inezil Penna Marinho o livro , um dos primeiros estudos (1945) sobre a utilização da Capoeira como método de defesa pessoal e ginástica, sistematizando-o também seu reaproveitamento como desporto. A pesquisa levou o Prof. Inezil a definir a Capoeira como a
Ginástica Brasileira. Não há registro da existência da capoeira ou qualquer outra forma similar à capoeira no continente africano. Em 1966, Inezil pôde confirmar esta convicção quando esteve em Angola, a fim de pesquisar uma possível origem da capoeira. Ele chegou à conclusão de que ela era inteiramente desconhecida por lá, quer entre os eruditos, quer entre os nativos, a cujas festas religiosas e danças guerreiras ele assistiu. A importância do livro reveste-se de vários significados. Todo relato anterior sobre a Capoeira foi queimado por ordem de Rui Barbosa. O livro, portanto, participa de um duplo resgate desta arte: enquanto atividade física e enquanto história do Brasil. Curioso é que, no Brasil Império, em 1851, a Lei de n.º 630 já incluía a ginástica nos currículos escolares. Embora Rui Barbosa não quisesse que o povo soubesse da história dos negros, preconizava a obrigatoriedade da prática da Educação Física nas escolas primárias e secundárias.

sábado, 19 de diciembre de 2009

Idéias Negras em movimento:

Idéias Negras em movimento:
Da Frente Negra ao Congresso Nacional do Negro
Arilson dos Santos Gomes•
Orientadora Prof. Dra. Margaret Marchiori Bakos

Em 1934 ocorreu no Recife, o Primeiro Congresso Afro-Brasileiro, organizado e proposto por Gilberto Freire, intelectuais, acadêmicos, antropólogos e integrantes da Frente Negra Pernambucana. Neste Congresso foram debatidos sobre a história da importação e da escravidão africanas, os problemas de aculturação do negro e as variações antropométricas raciais, além de discussões sobre os livros Casa Grande e Senzala e Sobrados e Mocambos. De caráter regional, notamos que existe uma aglutinação de intelectuais brancos e negros em torno deste Congresso, que contou com a participação de Miguel Barros, Solano Trindade e Gerson Lima, fundadores da Frente Negra Pernambucana.8
Três anos depois, em na cidade de Salvador, na Bahia, realizam-se as atividades do Segundo Congresso Afro-Brasileiro. Este Congresso contou com a participação de intelectuais e acadêmicos. Organizado pelo Governo do Estado da Bahia, este Congresso teve grande repercussão nacional, contando com participantes de todo o Brasil. Entre os temas e pesquisas debatidas tivemos protestos dos intelectuais e participantes contra a interferência policial no candomblé. Entre outros temas foram apresentados trabalhos como: Castro Alves e a poesia negra na América, O Africano na Bahia, Contribuições bantú para o sincretismo fetichista no Brasil, O negro e o espírito guerreiro nas origens do Rio Grande do Sul, pesquisa apresentada por Dante Laitano, trabalhos realizados por afro-religiosos além de homenagens a Nina Rodrigues. Jorge Amado, participante, explicou que uma das preocupações do Congresso era manter a Capoeira em pleno ‘vigor’. O livro de Donald Pierson, Brancos e Negros na Bahia, escrito em 1945, foi produzido com pesquisas realizadas na vasta produção das teses apresentadas neste Congresso. 9 Em 1937, por ocasião do Estado Novo, tivemos o encerramento das atividades das Frentes Negras ‘espalhadas’ pelo Brasil e o ‘esfriamento’ das atividades político-sociais, em torno das idéias negras, advindas com as organizações de encontros, congressos e associações, que diminuem, mas não acabam.

http://www.labhstc.ufsc.br/pdf2007/9.9.pdf

lunes, 14 de diciembre de 2009

1917 a área da cidade com maior incidência da prática da capoeiragem


A acomodação da demanda por novos espaços, resultante desse amortecimento demográfico, contribuiu para (ou simplesmente pôs em evidência) uma outra limitação do projeto de modernização da Capital baiana, no que se refere à segregação das populações pobres e mestiças da área central da cidade. Com efeito, enquanto a reforma urbana empreendida no Rio de Janeiro teve como um dos seus traços marcantes a retirada das camadas menos favorecidas do centro para as periferias, em Salvador, esses grupos permanecem ocupando o núcleo principal da cidade, dividindo espaço com o comércio e as suas principais instituições públicas e privadas. Não por acaso, conforme observa Oliveira84, por volta de 1917 a área da cidade com maior incidência da prática da capoeiragem (prática característica das camadas populares) sobrepõe-se aos sítios que abrigavam tanto o comércio como as referidas instituições, conforme pode ser constatado na figura .

viernes, 27 de noviembre de 2009

1937 - Clube de Regatas Itapagipe


FOTO:Mestre Juvenal: Que venha Juvenal, jovem de vinte anos, que venha o mais ágil, o mais técnico, que venha qualquer um, e Samuel, o Querido de Deus, mostra que ainda é o rei da capoeira da Bahia de Todos os Santos. Os demais são seus discípulos e ainda olham espantados quando ele se atira no rabo-de-arraia, porque elegância assim nunca se viu... E já sua carapinha tem cabelos brancos... '
A CAPOEIRA NA SOCIEDADE DO CAPITAL: A DOCÊNCIA COMO MERCADORIA-CHAVE NA TRANSFORMAÇÃO DA CAPOEIRA NO SÉCULO XX.
BENEDITO CARLOS LIBÓRIO CAIRES ARAÚJO


A partir da organização da Regional, os demais capoeiras da época, resistentes às transformações realizadas por Mestre Bimba, iniciaram movimentos por uma organização institucional. A primeira tentativa de organização do movimento aconteceu no II Congresso Afro Brasileiro, que aproximou os mestres da ‘outra’ capoeira, sob o nome de União dos Capoeiras Baianos, liderada por Samuel Querido de Deus, o "que por razões desconhecidas não se concretizou.".(Abreu, 1999, p. 17). Vejamos a nota do jornal Estado da Bahia de 13/01/1937; com os comentários de Abreu,1999:



"CAPOEIRA ANGOLA – As nove e meia da manhã, haverá no campo de basket-ball do Clube de Regatas Itapagipe uma demonstração de capoeira Angola luta fetichista dos negros bantus da Bahia. A vadiação será dirigida por Samuel Querido de Deus, considerado pelos seus páres, como o melhor capoeirista da Bahia e terá o.concurso de Barbosa, Onça Preta, Juvenal, Zepelim, Bugaia, Fernandes, Eutychio, Neném, Ze Ambrósio, Barroso, Arthur Matos, Raphael, Edgar, Damião e outros adeptos da grande arte de Mangangá". Bimba ficou de fora, seu nome não aparece em nenhuma relação. Certamente o convite fora exclusivo ao pessoal da Capoeira Angola. Na ocasião, ele já andava cismado com os Angoleiros57 (e vice-versa), que rejeitavam sua Escola de Capoeira Regional, com a qual também não simpatizavam (penso eu) alguns influentes intelectuais do 2º Congresso Afro-Brasileiro, a exemplo de Edison Carneiro, seu organizador. (idem, p.18, nota 2)





Mestre Bimba, precursor do movimento de privatização da prática da capoeira58, constituía, nesses termos, o esteio para o surgimento do produto cultural Capoeira de Angola.



57 Denominação dada ao praticante de capoeira Angola: Angola –eiro. Segundo Houaiss (Dicionário Eletrônoco da Língua Portuguesa), "o afixo -eiro pode agregar-se a 1) um subst.: corujeiro, foreiro, fronteiro, ordeiro, verdadeiro etc.; 2) um adj.: agasalhadeiro, baixeiro, careiro, certeiro, raseiro etc.; 3) um adv.: traseiro, dianteiro. Junção de Angola + eiro, relacionado à idéia de nação dos capoeiras de Angola (não aos cidadãos da nação Angola – Angolanos, mas aos praticantes desse estilo de capoeira)


58 Em Bimba é bamba, Mestre Bimba é retratado como o primeiro profissional de capoeira: "Bimba fez da capoeira sua ocupação principal, fez dessa luta sua labuta do dia a dia, seu ganha pão. Seu exemplo não foi de imediato seguido pelos outros capoeiristas, conforme afirmou Jorge Amado em 1944. ‘O único profissional baiano da capoeira é mestre Bimba, um dos mais afamados da cidade. Todos os demais são amadores. O que não que dizer que sejam inferiores, que não levem a sério a ‘arte’, que não possam derrubar com um golpe bem aplicado qualquer um de vós. Samuel é marítimo, joga capoeira por diversão, e no entanto sua fama é tão grande se não maior que a do mestre Bimba’." (ABREU, 1999, p. 37).


miércoles, 25 de noviembre de 2009

LIBRO: Frevo, Capoeira et Passo Valdemar de Oliveira
150 pages
édité par : CEPE - Recife 1971

Capoeira ...... 57
Capitulo 5 ...... 59
origem do Passo ...... 62
A Capoeira ...... 66
O N'golo de Angola ...... 68
De dança a recurso de luta ...... 69
Capitulo 6 ...... 71
Os Capoeiras...... 73
A Aboliçao e a republica...... 80
Evoluçao singular da Capoeira, na Bahia...... 89
Os golpes da Capoeira ...... 92
http://www.capoeira-infos.org/ressources/bibliographie/frevo_capoeira_passo.html

Antonio Liberac rapporte, qu'en 1937, qu'il fut l'un des invités du 2ème Congrès Afro-brésilien réalisé à dans la ville de Sao Salvador. Liberac reproduit aussi un Article du Journal "Estadio da Bahia" qui annonce une démonstration de Capoeira le 13 février 1937 : "à 9h30 du matin, il y aura sur le terrain de Basket-Ball du Club de régates Itapagipe une démonstration de Capoeira Angola, lutte fétichiste des nègres Banyus de Bahia. La "vadiaçao" sera dirigée par Samuel Querido de Deus, consideré pas ses pairs comme le meilleur capoeiristes de Bahia, et aura le concours de Barbosa, Onça Preta, Juvenal, Zepelin, Bugara, Eutyquio, Nénem, Zei, Ambrosio, Barroso, Arthur Matos, Rafhael, Damiao et autres adeptes de l'art de Manganga"

Film "vadiaçáo"




"Vadiação", film de Alexandre Robatto Filhoproduit en 1954, avec les mestres Traíra, Curió, Nagé, Bimba, Waldemar, Caiçara, Crispim et autres.Mestre Bimba et ses élèves, y sont filmés au Ciné Theâtre Guarani à Salvador

viernes, 20 de noviembre de 2009

"dança da zebra"

A existência de jogos corporais semelhantes à capoeira em Cuba (o mani) e na Martinica (a ladja) comprovam que a semente de todas as especulações está nos costumes trazidos nos porões dos navios negreiros que também seguiram para o Caribe. Mestre Moraes foi um dos capoeiristas brasileiros que tiveram a oportunidade de presenciar na Angola atual o ritual do n'golo, ou "dança da zebra". "Não é capoeira, mas uma competição atlética que os rapazes da aldeia fazem para ver quem merece ficar com a moça que já atingiu a idade de casar", conta.
Cruzando os relatos disponíveis, Rego concluiu que o n'golo virou folguedo, um divertimento praticado pelos escravos nos domingos e feriados. Com o tempo, a prática teria se transformado em exibições de habilidade, destreza e leveza de movimentos, chegando ao jogo de ataque e defesa no século passado.

domingo, 15 de noviembre de 2009

1937 Salvador , II Congreso Afro-Brasileiro, Valorización de la Capoeira

A hierarquia das raças: negros e brancos em Salvador‎ - Página 129Jeferson Afonso Bacelar - 2001 - 201 páginas
... raciais ea consagração oficial em todo o país do mito da democracia racial. ... Em 1937, sob a égide de Edison Carneiro foi promovido em Salvador o II

martes, 20 de octubre de 2009

1872-BAHÍA -Lalú de Ouro(CAPOEIRISTA) emigra para RIO

Hilario Jovino Ferreira(Lalu de Ouro) fué tío de Heitor dos Prazeres.

http://www.heitordosprazeres.com.br/hp/biopai.htm


Do tronco ao Opa Exim: memória e dinâmica da tradição afro-brasileira‎ - Página 107de Marco Aurélio Luz - 2002 - 246 páginas
Hilario Jovino Ferreira, pernambucano, mas desde criança vivendo em Salvador, ... da comunidade Terreiro de Joâo Alaba, era conhecido por Lalu de Ouro

domingo, 11 de octubre de 2009

Mandinga


..............No entanto, essas novas representações da luta afro-brasileira, que a integraram à esfera do folclore e ao contexto das exibições turísticas, alteraram a sua maneira de ser praticada. A capoeira começou a ser vista como um espetáculo, o que a levou a um flagrante processo de pacificação. Essa mudança pode ser sentida no próprio discurso de mestre Pastinha:No começo é que foi bom, capoeira era luta mesmo, era briga mortal. Por isso é que não pode ser esporte (...). Para o capoeirista brigar, tem que dar o golpe com força mortal. Por isso que agora se faz o jogo de capoeira à distância maior que o normal, mais lenta, para não acertar, para não matar ninguém. (O Estado de São Paulo, 16 de novembro de 1969.)


http://www.cpdoc.fgv.br/revista/arq/354.pdf.
EU SOU ANGOLEIRO1, UM ESTILO MANDINGUEIRO DE
MASCULINIDADE – CAPOEIRA, GÊNERO E CORPORALIDADE
Celso de Brito2
O estilo de masculinidade dos angoleiros não é baseado numa idéia de violência física explicita nem em comportamentos agressivos, mas sim numa mescla entre uma violência controlada e um comportamento teatralizado constituindo uma violência dissimulada posta em prática pelo que os angoleiros chamam de mandinga. A mandinga está relacionada a comportamentos presentes tanto no jogo da capoeira como na vida dos angoleiros, em oposição a uma concepção de pegar na força. Uma ladainha do grupo de angoleiros caracteriza bem essa concepção e o caráter contrastivo dos estilos de masculinidade da capoeira regional e da angola:
Deus não deu inteligência ao lobo/ Nem cobra pode voar/ Que vale
esse corpo todo/ Mas sem cabeça pra pensar/ Se ser forte fosse
vantagem/ Ter grande corpo documento/ Seu Pastinha não existia/
Tava no desconhecimento/ Mas toda roda tem um brabo/ Isso não
dá pra negar/ Que pensa que a valentia/ É ter vontade de brigar/ Se
valentia fosse coragem/ Invés do corpo usasse a mente/ Tu virarias
angoleiro/ E de Pastinha, a semente
12.



Mestre Pastinha-Capoeira "Jogo Mortal"

FOTO: 1961-J.Amado y Pastinha.
Jorge Amado & Mestre Pastinha "Una visión Deportivo-Cultural de la Capoeira Angola"

.....O escritor Jorge Amado também reage às transformações realizadas por Bimba, publicando o seguinte trecho, em que afirma abertamente a sua posição: Trava-se atualmente nos arraiais da capoeira na Bahia uma grande discussão. Acontece que mestre Bimba foi ao Rio de Janeiro mostrar aos cariocas da Lapa como é que se joga capoeira. E lá aprendeu golpes de catch-as-catch-can, de jiu-jitsu, de boxe. Misturou tudo isso à capoeira de Angola, aquela que nasceu de uma dança dos negros, e voltou à sua cidade falando numa nova capoeira, a “capoeira regional”. Dez capoeiristas dos mais cotados me afirmaram, num amplo e democrático debate que travamos sobre a nova escola de mestre Bimba, que a “regional” não merece confiança e é uma deturpaçãoda velha capoeira “angola”, a única verdadeira. (Amado, 1958: 185)

.....O capoeirista deve ter em mente que a Capoeira não visa, exclusivamente, preparar o indivíduo para o ataque ou a defesa contra uma agressão, mas, desenvolver, ainda, por meio de exercícios físicos e mentais, um verdadeiro estado de equilíbrio psico-físico, fazendo do capoeirista um autêntic o desportista, um homem que sabe dominar-se antes de dominar o adversário. (Mestre Pastinha, 1964: 35)
http://www.cpdoc.fgv.br/revista/arq/354.pdf


Na sociedade brasileira, do fim do século XIX e inicio do século XX, tal processo pode ser exemplificado através do depoimento de mestre Pastinha sobre a capoeira:
No começo é que foi bom, capoeira era luta mesmo, era briga mortal. Por isso é que não pode ser esporte (...). Para o capoeirista brigar, tem que dar o golpe com força mortal. Por isso que agora se faz o jogo de capoeira à distância maior que o normal, mais lenta, para não acertar,
para não matar ninguém
(O Estado de São Paulo , 16 de novembro de 1969 apud VASSALO, 2003).

domingo, 4 de octubre de 2009

Capoeira-Kandeka de Angola

Fighting for honor: the history of African martial art traditions ... - Resultado de la Búsqueda de libros de Google
de M. Thomas J. Desch-Obi - 2008 - Social Science - 346 páginas
(traducción al español) Antonio Nogueira, quien vivió entre los Humbe durante una década en la de 1850, describe estos episodios kandeka: "El duelo entre ellos tiene una forma original que es digna de mención. Cuando dos hombres se enfurecen, hasta el punto de la búsqueda de la agresión, aunque raramente, los parientes o amigos de ambos les dan un palo preparado en el momento de......
PINTURA:
Capoeira en Río de Janeiro en 1824 obra de Augustus Earle.
FOTO:kandeka de Angola: Fighting for honor: the history of African martial art traditions in the ... Escrito por M. Thomas J. Desch-Obi http://books.google.es/books?id=HNYwa1VeLIIC&dq=Neves+e+Souza,+Da+minha+Africa+do+Brazil&source=gbs_navlinks_s

Ngolo - Vídeo Inédito

Nota del pesquisador:En 1849 llegaron a Angola 500 colonos brasileños.(pag21) Angola: mito y realidad de su colonización Escrito por Gerald J. Bender http://books.google.es/books?id=TMONAmot-qYC&printsec=frontcover
Vídeo inédito de Ngolo: http://www.youtube.com/watch?v=zlqnRIMAtTc&feature=channel_page

Recorte libro: Fighting for honor: the history of African martial art traditions in the ... Escrito por M. Thomas J. Desch-Obi http://books.google.es/books?id=HNYwa1VeLIIC&dq=Neves+e+Souza,+Da+minha+Africa+do+Brazil&source=gbs_navlinks_s

miércoles, 16 de septiembre de 2009

INDÚSTRIA CULTURAL E EDUCAÇÃO DO CORPO NO JOGO DE CAPOEIRA

INDÚSTRIA CULTURAL E EDUCAÇÃO DO
CORPO NO JOGO DE CAPOEIRA:
Estudos sobre a presença da capoeira na sociedade administrada
MULEKA MWEWA
Ilha de santa Catarina, 2005.
...................A respeito das origens da capoeira, a historiografia especializada ainda não nos deu uma resposta definitiva, o que justifica o empreendimento em mais pesquisas. Por mais que esta não seja a nossa principal questão, até porque não teríamos fôlego para tanto, vamos tecer algumas considerações a respeito dos itinerários históricos da capoeira12 a partir da
abordagem de estudos historiográficos.

12 Faz-se necessário explicitarmos as nossas referências: A vida dos escravos no Rio de Janeiro 1808-1850
(KARASCH, 2000), A negregada instituição: os capoeiras na corte imperial 1850-1890 (SOARES, 1999), A
capoeira escrava e outras tradições rebeldes no Rio de Janeiro (1808-1850) (SOARES, 2002), a dissertação
de mestrado A capoeira no jogo das cores: criminalidade, cultura e racismo na cidade do Rio de Janeiro
(1890-1937) (PIRES, 1996), a tese de doutorado Movimento da cultura afro-brasileira: a formação histórica
da capoeira contemporânea 1890-1950 (PIRES, 2001) e o livro intitulado Bimba, Pastinha e Besouro de
mangangá: três personagens da capoeira baiana (PIRES, 2002), e, finalmente, o artigo do Luiz Renato
Vieira e Röhrig Matthias Assunção (1998), intitulado Mitos, controvérsias e fatos construindo a história da
capoeira.

http://www.capoeiraunb.com/textos/MWEWA,%20Muleka%20-%20Industria%20cultural%20e%20educacao%20do%20corpo%20no%20jogo%20de%20capoeira.pdf

martes, 15 de septiembre de 2009

1904- Luta do capoeirista Ciríaco, contra o lutador de Jiu-Jítsu Sada Miako. Este evento ocorreu através de alvará autorizado pela polícia, dentro do


1904- Luta do capoeirista Ciríaco, contra o lutador de Jiu-Jítsu Sada Miako. Este evento ocorreu através de alvará autorizado pela polícia, dentro do contexto da Luta Brasileira.

Fluijo de prohibiciónes entorno a la Capoeira

1821 – Decisão de 31 de outubro: determinou sobre a execução de castigos corporais em praças públicas a todos os negros chamados capoeiras.
– Decisão de 05 de novembro: determinou providências que deveriam ser tomadas contra os negros capoeiras na cidade do Rio de Janeiro.

1822 – Decisão de 06 de janeiro: mandava castigar com açoites os escravos capoeiras presos em flagrante delito.
1824 – Decisão de 28 de maio: dava providências sobre os negros denominados capoeiras.
– Decisão de 14 de agosto: mandava empregar nas obras do dique os negros capoeiras presos em desordem, cessando as penas de açoites.
– Decisão de 13 de setembro: declara que a portaria de número 30 do mês de agosto compreende somente escravos capoeiras.
– Decisão de 09 de outubro: declara que os escravos presos por capoeiras devem sofrer, além da pena de três meses de trabalho, o castigo de duzentos açoites.
1831 – Decisão de 27 de julho: manda que a junta policial proponha medidas para a captura e punição dos capoeiras e malfeitores.
1832 – Postura de 17 de novembro: proibia o Jogo da Capoeira: “...trazem oculto em um pequeno pau escondido entre a manga da jaqueta ou perna da calça uma espécie de punhal...” ...“tomam providências contra todo e qualquer ajuntamento junto às fontes, onde provocavam arruaças e brigas; próximo a Igreja do Rosário, no Largo da Misericórdia, onde à noite as mulheres de reuniam...”.
1834 – Decisão de 17 de abril: solicita providências a respeito dos operários do arsenal de marinha que se tornarem suspeitos de andar armados (fez referência a uma acusação de assassinato feita contra um negro, e mencionou que já haviam sido dadas ordens ao chefe de polícia sobre os capoeiras).
– Decisão de 17 de abril: dá providências a respeito dos pretos que depois do anoitecer forem encontrados com armas ou em desordens.
– Postura de 13 de dezembro: da mais providências contra os capoeiras.
1888 – Lei Áurea. Abolição da escravatura em 13 de maio.
1889 – Proclamação da República. Deportação dos capoeiras considerados criminosos para o Arquipélago de Fernando de Noronha.
- Nasce a proposta da Ginástica Nacional, como instrumento de Educação Física, a partir do reaproveitamento dos movimentos da Capoeira. Esta forma desportiva foi liberada pela polícia.
1890 – Decreto 847. Introdução da Capoeira no Código Penal da República, no Capítulo XIII “Dos Vadios e Capoeiras” em seus artigos 402, 403 e 404. Continuidade ao processo de prisão e deportação dos capoeiristas criminosos para o Presídio de Fernando de Noronha e para a Colônia Correcional de Dois Rios na Ilha Grande.
1940 – Decreto 2848. Instituiu o novo Código Penal Brasileiro. No mesmo não é citada a Capoeira. A partir desta data o uso da palavra “Capoeira” foi liberado.

1924-Muerte de Besouro

FOTO:Besouro: o FilmeFoi baseada no livro Feijoada no Paraíso e relembra a história do capoeirista Manoel Henrique Pereira (1895-1924), o Besouro Mangangá, conhecido também como Besouro Cordão de Ouro.

Tempos, Narrativas E FicÇÕes: a InvenÇÃo de Si‎ - Página 331de Elizeu Clementino de Souza - 2006 - 357 páginas
Besouro morre no da 8 de julho de 1924. De acordo com o calendário de 1924, o dia 8 de julho é uma terça-feira, que segundo Verger (1997) é dia dedicado a ...

sábado, 12 de septiembre de 2009

Jose Alves Maciel ,el rastro un portugués jefe de capoeiras en Palmares citado por Pastinha

Nota del pesquisador: Hemos seguido el apellido portugués "Alves"(o Alvares) para identificar al jefe de capoeiras e discipulo de africanos en Palmares,nombrado por el Mestre Pastinha en la página 32 de su libro"Capoeira Angola":En su expresión"discipulo dos africanos", refiriendose a José Alves, no alcanzamos a entender si Alves está del lado del Quilombo o del lado del ejercito portugués. Hemos seguido el apellido "Alves" dentro del ejercito de la época y encontramos una família Alves(ó Alvares) que puede tener relación con este asunto en el caso de que el tal Alves, nombrado por Pastinha ,sea militar.Vemos que en 1711 en Ouro Preto se establece una nueva ciudad llama Vila Rica fundada por algunos militares de la familia Alves, nobles o hidalgos portugueses como era habitual en la época. Identificamos que en 171o se había extinguido el Quilombo de Palmares y se crea una nueva Capitanía en Minas Gerais , por tanto puede haber una relación de traslado de cargos militares de Pernambuco a Minas donde aparece la familia Alves. No hemos identificado directamente a Jose Alves nombrado por Pastinha ,pero sabemos que los militares de la época eran familias con tradición generacional de oficiales del ejercito.
Dejamos algunas pesquisas sobre el apellido Alves para que los pesquisadores puedan seguir el trabajo.
1694: Domingos Jorge Velho e Vieira de Melo comandan el ataque final contra la Cerca do Macaco, principal mocambo de Palmares y donde Zumbi nació, cercada con tres empalizadas cada una defendida por más de 200 hombres armados, luego de 94 años de resistencia, sucumbió ante el ejército português, y aunque estaba herido, Zumbi consigue huir.
1696: El 14 de marzo :El gobernador de Pernambuco Caetano de Melo e Castro le escribió al Rey: Determiné que pusiesen su cabeza en un poste en el lugar más público de esta plaza, para satisfacer a los ofendidos y justamente quejosos y atemorizar a los negros que supersticiosamente juzgaban a Zumbi como inmortal, para que entendiesen que esta empresa acababa del todo con los Palmares.
1710 - Palmares fue completamente destruido.
http://es.wikipedia.org/wiki/Zumbi_dos_Palmares
1711 -Se funda Ouro Preto por la unión de varios caseríos existentes en el lugar. En ese mismo año se convirtió en Villa y sede de consejo, con la designación de Vila Rica (Villa Rica).
1720 -Vila Rica fue escogida como la nueva capital de la recién establecida capitanía de Minas Gerais. http://es.wikipedia.org/wiki/Ouro_Preto
1759, foi doada sesmaria a José Alves Maciel, junto ao ribeirão da Cachoeirinha, afluente do Xopotó(178). Este peticionário e sua mulher, Vicência Maria de Oliveira, vindos do Tijuco, foram responsáveis pela constituição do patrimônio da capela de São José, erguida em 1764(179.)
http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/1843/MPBB-7CUF2D/1/disserta__o_de_mestrado_patricio_2008.pdf
1760-Nace José Álvares Maciel (Vila Rica, 1760Massangano, 1804) foi um engenheiro e político brasileiro. Filho do capitão-mor de Vila Rica (José Alves Maciel), aos vinte e um anos de idade seguiu para a Universidade de Coimbra a fim de seguir o curso de Filosofia Natural, onde se destacou, sendo encarregado por Domingos Vandelli de realizar pesquisas mineralógicas na serra da Estrela. Concluído o curso, seguiu para a Inglaterra para estudar as indústrias de Birminghan, nomeadamente as siderurgias e as manufaturas têxteis, tendo entrado em contato não apenas com industriais e técnicos, mas também com as idéias do liberalismo e da maçonaria.Maciel colocava os conspiradores a par das atividades do Governador, que, a seu turno, o encarregou de prospecções mineralógicas em Sabará, Caeté e nos arredores de Vila Rica, onde permaneceu até 1789 quando finalmente, após esforços em contrário do próprio Governador, foi detido pela Devassa, sendo remetido para interrogatório no Rio de Janeiro onde foi recolhido aos calabouços da Fortaleza de São Francisco Xavier da Ilha de Villegagnon. Nesta cidade foi julgado e condenado à morte, tendo a sua pena sido comutada em degredo perpétuo em Angola, para onde seguiu em 23 de maio de 1792.
Chegou a
Luanda em 20 de junho de 1792 e foi internado na enfermaria da Forte de São Francisco do Penedo com pneumonia e escorbuto. Recuperado, de lá seguiu viagem para a Fortaleza de Massangano, de onde foi solto para lutar pela sobrevivência. Tornou-se representante comercial dos negociantes de Luanda na área de Calumbo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_%C3%81lvares_Maciel
1764-Alto Rio doce Minas Gerais - MG: O alferes José Alves Maciel(ver nota abajo) era natural da cidade de Pôrto, Portugal, conforme se verifica nos livros de assentos de batismo da capela de S. José, sendo um deles o de número um, às folhas 8 e verso, no assento referente à Eufrazia; filha legítima de José Inácio de Souza e Maria Joaquina Alves de Jesus. Possuía o alferes José Alves Maciel nome idêntico ao do Capitão-mor José Maciel, pai do inconfidente mineiro Dr. José Alves Maciel; não podemos afirmar se eram parentes colaterais.
http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/minasgerais/altoriodoce.pdf.

nota: Alferes José Alves Maciel, natural de São Martinho do Bispado do Porto-PT, casou-se com Vicência Maria de Oliveira, natural da Ilha Terceira, Bispado de Angra, Açores-PT.
Ambos faleceram em Piranga, José em
28-12-1796 e Vicência em 05-04-1803. Foram fundadores da cidade de Alto do Rio Doce-MG (DHGMG e DBSB). Compareceram ou foram representados nos inventários (neste site)

http://br.geocities.com/projetocompartilhar/estudoJoseAlvesMaciel.htm
1782 -casou o Tenente-Coronel. Francisco de Paula Freire de Andrade, que passou a Minas Gerais, tornando-se um dos vultos da Inconfidência Mineira. Estabeleceu-se em Ouro Preto, onde casou, em 1782, com Isabel Carolina [ou Querubina] de Oliveira Maciel, natural de Ouro Preto, filha do capitão-Mor José Alves Maciel, patriarca da família Oliveira Maciel (v.s.), de Minas Gerais.
1789-TIRADENTES,compañero del Dtr. Jose Alves :Nasceu na Fazenda do Pombal, entre São José (hoje Tiradentes) e São João Del Rei, Minas Gerais. Tiradentes foi mascate, pesquisou minerais, foi dentista prático. Sobre sua vida militar, sabe-se que pertenceu ao Regimento de Dragões de Minas Gerais. Ficou no posto de alferes, comandando uma patrulha de ronda do mato, prendendo ladrões e assassinos.Em 1789, Tiradentes participou de um movimento contra os pesados impostos cobrados pela coroa portuguesa preparado por militares, escritores de renome, poetas famosos, magistrados e sacerdotes. Em março desse mesmo ano, Joaquim Silvério dos Reis que devia elevada soma à Fazenda Real e pensava, com a traição, furtar-se ao pagamento, delatou a trama ao governador de Minas Gerais, Visconde de Barbacena.
http://www.genealogiafreire.com.br/origens_da_familia_freire_de_andrade.htm
http://200.201.9.18/index.php?journal=rhr&page=article&op=viewFile&path%5B%5D=325&path%5B%5D=219
José Alvares Maciel (1760-1802), inconfidente mineiro. Formou-se em Coimbra, e morou durante quase dois anos na Inglaterra, onde aprendeu as teorias revolucionárias inglesas. Preso, negou sua participação no movimento, denunciando seus companheiros. Tendo sua pena comutada para degredo perpétuo, conseguiu estabelecer-se com sucesso em Angola. Em 1799 tornou-se encarregado das pesquisas mineiras no interior da região, tendo no ano seguinte iniciado a produção de ferro Cathari (Angola).
http://www.historiacolonial.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=140&sid=30&tpl=printerview

CANTIGAS DE CAPOEIRA:
UMA FONTE DE SABER E ENSINO DA
HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA
Sálvio Fernandes de Melo1
Quanto à escravidão e seus processos:
Iê...
No quilombo dos palmares
José Alves, um ilustre português
na frente da batalha, seu coração assim mandava
em favor da libertação, ao lado dos africanos
formou vários quilombos, revolta, agitação
rei da capoeiragem
afastou-se da sociedade, por sua própria vontade
em defesa de um ideal: a liberdade
tantas vezes sonhada, era agora realidade 11
chegou a meta final, camarada!
liberdade... liberdade.
Iê viva a Liberdade, câmara!
(BOLA SETE, 1989, 84)
http://www2.uel.br/revistas/boitata/N%C3%BAmero-4-2007/Artigo%20Salvio.pdf

José Alves




FOTO:Restos do imponente prédio do Senado de Olinda, concluído em 1693. A espessura das paredes impressiona, bem como o calçamento de pedras escuras, bastante degastadas pelo tempo. No alto vê-se uma estrela com os seguintes dizeres:"Aqui, em 10 de novembro de 1710, Bernardo Vieira de Melo deu o primeiro grito em favor da fundação da República entre nós." Uma tentativa frustrada de tornar Olinda uma república independente.

NOTA DEL PESQUISADOR:Identificamos en el asalto al Quilombo de Palmares al soldado Jose Alvares(ó Alves?) protagonista en Palmares a las órdenes del Capitán Bernardo Vieira de Melo que tenía en sus soldados a sus propios esclavos negros.Este José Alvares (ó Alves? ) pudiera ser el Jose Alves nombrado por Pastinha como actor en la "Guerra dos Palmares" sin que podamos confirmarlo exactamente.

- Pastinha (1988, p. 24-5) afirmou que entre os mais antigos mestres de Capoeira figura o nome de um português, José Alves, discípulo de africanos e que teria chefiado um grupo de capoeiristas na guerra dos Palmares (in Vieira e Assunção, 1998), muito embora esses autores considerem que não haja nenhum documento que permita concluir que os integrantes do famoso quilombo tenham praticado capoeira ou outra forma de luta/jogo;
O protagonista:
capitao-mor ,Bernardo Vieira de Melo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bernardo_Vieira_de_Melo.
http://www.fundaj.gov.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=16&pageCode=299&textCode=7375&date=currentDate
O inimigo: os negros amotinados no principal núcleo dos Palmares.(pag 264).
............. Ao mesmo tempo que o capitão-mor estava nesta altercação com o soldado Zacarias, do terço do capitão António Pinto, chegava um bilhete do mestre-de-campo Domingos Jorge Velho, dizendo saber que havia, entre os soldados do capitão-mor, um artilheiro e pedindo que “lho remetesse pera ver se podia com a Balla que tinha, e a outra que lhe auia remetido ver se podião fazer algú efeytto”.42 Assim se fez, e foi um soldado de Bernardo Vieira de Melo, chamado José Álvares(o Alves?), como fez questão de assinalar o historiador da Rellação, quem usou a arma-ícone de maneira eficaz, causando o desmantelamento dos Palmares.(pag 265-266).
.................Às mesmas horas que o sargento-maior Sebastião Dias tocou arma, o fez do seu posto o capitão-maior Bernardo Vieira, pelo qual achou já muita resistência do inimigo por estar alerta com a primeira arma que lhe tocaram. E como por ali é de que mais se arriscava, por ser o sítio
mais plaino, para ali carregou com a maior fortificação, ainda assim se empenhou o dito capitão-maior não obstante havê-los já advertido alerta. E foi chegando tão perto da cerca que já metiam as armas, defendendo que se não pudesse o inimigo valer das suas mesmas troneiras sem
risco. Sendo-o com que se empenharam seus dois irmãos e o alferes de um e o seu ajudante, e quatro ou 5 escravos seus, que todos, à vista do empenho e vozes do capitão-maior, se arrojaram, não reparando nos estrepes e fojos.(pag 314)
http://www.afroasia.ufba.br/pdf/afroasia33_pp251_324_Palmares.pdf
OTRAS CITAS:


Jogo da Capoeira


(pag88)-Subsidios para a Historia da Capoeiragem no Brasil, Inezil Penha Marinho, Archivos da Escola Nacional de Educaçao Fisica e Desportos-Brasil.


Em 1687, sendo governador Matias da Cunha, o sertanejo, estacionado no sertao da Bahía, ofereceu os serviços ao governo para exterminar os palmares, exigindo como premio as terras conquistadas e os escravos que aprisionase. Aceita a proposta pelo governo, a 3 de Março de 1687, foi assinado o respectivo contrato. Domingo Jorge Velho, comandando 7.000 hombres bem armados e equipados, dirigiu-se á serra da Barriga, onde iniciu os primeiros combates com os negros..........................”O escravo se mostrava superior na luta...........................A causa dessa superioridade ,que ,na luta corpo a corpo mostrava o refugiado na capoeira, explicavam os da escolta,que diziam saber e aplicar o forajido um jogo estranho de braços, pernas ,cabeça e tronco ,com tal agilidade e tanta violencia,capazes de lhe dar uma superioridade estupenda.
Espalhou-se ,entao, a fama do “jogo do capoeira” que ficou sendo a capoeiragem
.(18) "( MARINHO, 1.980:66 ).

(18)-Burlamaqui,A.-“Ginástica Nacional (Capoeiragem),Metodizada e reglada” ,Rio de Janeiro,1928.

Matias da Cunha (Portugal, 1??? - Salvador, BA, 24 de outubro de 1688), foi um administrador colonial português.
Exerceu as funções de Governador da Capitania do Rio de Janeiro, de 1675 a 1679.
Foi Governador-geral do Brasil de 4 de junho de 1687 a 24 de outubro de 1688 quando faleceu, sendo substituído interinamente pelo arcebispo Dom Frei Manuel da Ressurreição e pelo chanceler da Relação, em Salvador. Neste cargo, combateu os indígenas, sobretudo no sertão do Rio Grande do Norte e no da Capitania do Ceará, além do Quilombo dos Palmares.

viernes, 11 de septiembre de 2009

Angola nao tem Capoeira



Mestre Cajiquinha.

Washington Bruno da Silva, 1925-1993.Cajiquinha est né à Salvador le 25 septembre 1925. Il commença la capoeira en 1935 avec Mestre Raimundo Aberrê, originaire de Santo Amaro da Purificaçao.Il apprit le berimbau en 1938 avec Mestre Zeca do Uruguaio. Son apelido lui provient d'un ami et de chanson "Canjiquinha quente" chanté par Carmen Miranda, qui était , enfant, la seule chanson qu'il savait chanter, ce qu'il faisait constamment. A son époque Mestre Cajiquinha était réputé pour être un excellent chanteur.Il fut célèbre pour son vaste répertoire de chanson et son aisance pour l'impovisation, ainsi que ses adaptations des chansons folkloriques.


Do cativeiro ao mar: escravos na Marinha de Guerra1

Álvaro Pereira do Nascimento
Para se ter uma idéia dessa pressão, no Relatório do Ministro da Marinha (1888 "Annexos") nota-se que, de 1840 a 1888, foram recrutados à força 6.271 homens para o Corpo de Imperiais Marinheiros, e recebidos somente 460 voluntários. Essa diferença com certeza asseverava o dito por vários ministros da Marinha ao longo do século XIX e início do XX, isto é, a falta de voluntários levava ao imediatismo do recrutamento forçado (Nascimento 1997: cap. 2). Entre as autoridades civis, os chefes de polícia eram o braço direito do ministro da Justiça e dos presidentes de província para assuntos de alistamento, e precisavam pôr seus delegados e subdelegados na rua para alcançar a quantidade de alistados destinada à cada província. Nesse sentido, todo homem pego pela malha como recruta, suspeito de deserção, vadio, arruaceiro, gatuno, capoeira ou órfão poderia ser enviado para a Marinha ou para o Exército. Se até um homem negro com sinais de castigo podia ser capturado e enviado para as Forças Armadas, o que dizer daqueles sem marcas?
.........Mando apresentar [...] o moleque livre Martinho de Tal, solteiro, de 16 anos, capoeira, ex-sineiro da igreja de Santa Anna, e que pretende passar por peruano quando até mal sabe uma ou outra palavra de espanhol e aqui na Corte é muito conhecido, infelizmente, sempre vadio.11
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-546X2000000200005

Depois de vinte anos passados do fim do trafico atlântico – legal – de negros, a capoeira
deixara de ser exclusividade destes. Brancos europeus, portugueses e mestiços livres a
praticavam (BRETAS, 1989:58).
“O início dos anos 60 foi em particular um período crítico de
transição da capoeira como um fenômeno marcadamente escravo e negro para uma capoeira
mesclada de participação até de imigrantes” (SOARES, 1994: 103). Durante a segunda metade
do século XIX ocorreu uma simbiose do universo da capoeiragem com o mundo militar.
Aproveitavam-se os capoeiras das rixas entre militares e policiais para protegerem-se. Ao final
da Guerra do Paraguai o centro de poder passa da Guarda Nacional para o Exército. Não
foram poucos os feitos heróicos realizados por soldados capoeiras durante a guerra. São
variados os relatos, inclusive de oficiais, de admiração aos soldados e a capoeira2. Durante o
início do século XX as instituições militares foram focos da prática da capoeira.
http://www.cppa.com.br/attachments/File/LIVROS%20E%20ARTIGOS/A%20capoeira%20no%20Rio%20de%20Janeiro%201910-1950%20-%20narrativas%20de%20Mestre%20Celso.pdf

28 de Novembro:Dia do Soldado Desconhecido- Brasil

recorte libro:Orestes Barbosa: repórter, cronista, e poetaEscrito por Carlos Didier, CaolaPublicado por Agir Editora, 2005http://books.google.es/books?id=K3HGI7fywWwC Página 24 A intimidade entre os capoeiras ea Polícia da Corte surgiu depois, no início da década de 1880, dentro do corpo de secretas, um serviço clandestino de ...


Recorte libro:I die with my country Escrito por Hendrik Kraay,(pag 73) http://books.google.com/books?id=dAlCUC2XQqMC&hl=es

EXCLUÍDOS DA PÁTRIA, PELA PÁTRIA MORRERAM:


foto: Capitao Marcolino.



Uns viraram heróis, outros se sacrificaram sonhando com liberdade. Houve os que nem sabiam o que estavam fazendo. Soldados negros, ex-escravos, representavam 10% dos 123 mil brasileiros que combateram na Guerra do Paraguai (1864-1870). Nosso exército era formado, na maior parte, de trabalhadores livres ou agregados, muitos engajados à força, os ‘voluntários da corda’, pois seguiam amarrados até a batalha.Escravo não era cidadão. O Império concedeu liberdade aos excluídos da pátria que se alistassem. Vinte mil teriam conseguido, incluindo suas mulheres, também beneficiadas, num País com dois milhões e meio de escravos, cerca de um terço da população. Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai, as nações envolvidas, levaram legiões de negros. Na Companhia dos Zuavos da Bahia, ocorreu um dos raros casos de oficialato, o capitão de cavalaria Marcolino dos Santos, herói da tomada de Curuzu.Fazendeiros doavam escravos para livrar-se da convocação; o governo imperial cedeu africanos sob sua custódia, pois tinham vindo ilegalmente, depois de 1850, quando foi proibido o tráfico. Estes mal sabiam o que se passava.O Brasil perdeu entre 20 mil e 50 mil homens, anônimos escravos e brancos pobres, na mais sangrenta guerra do continente.



http://www.almanaquebrasil.com.br/tododia1128.asp

1880-Capoeiras dentro do Corpo de Secretas

recorte libro:Orestes Barbosa: repórter, cronista, e poeta
Escrito por Carlos Didier, Caola
Publicado por Agir Editora, 2005

http://books.google.es/books?id=K3HGI7fywWwC

Página 24 A intimidade entre os capoeiras ea Polícia da Corte surgiu depois, no início da década de 1880, dentro do corpo de secretas, um serviço clandestino de ...

Lucha del Cadete Floriano Peixoto con Manduca da Praia.

DIBUJO:Gentileza A.L.Lacé.


Recorte libro: (pag 47)CRIME E COTIDIANO Escrito por BORIS FAUSTO . http://books.google.es/books?id=NxdMXfFrWLAC


Dos fadistas e galegos: os portugueses na capoeira
Carlos Eugénio Líbano Soares* Análise Social, vol. xxxi (142), 1997 (3.º), 685-713





............................Plácido de Abreu, ou Pompeo Steel, como gostava de ser conhecido, era um misto de capoeira, militante republicano e literato. Várias vezes tentou entrar no selecto mundo da academia literária, sem sucesso55. A sua outra obra, Nagôas e Guayamús, continua desaparecida. Apesar de republicano da primeira hora, desencantou-se quando o marechal Floriano Peixoto rasgou a Constituição de 1891. Aderiu à revolta da armada e foi assassinado em Fevereiro de 189456. Em Dezembro de 1861 o próprio Floriano, ainda cadete da Academia
Militar, enfrentara o lendário Manduca da Praia
e a sua malta e, segundo conta a tradição, batera-se com os navalhistas, usando golpes de habilidoso capoeira. Esta história retrata quanto a capoeira seria parte integrante das memórias de juventude para a geração que dominou a República na viragem do século:
Era uma noite quente e alguns colegas de Floriano saíram do Largo de São Francisco, onde era a Escola Militar, e dirigiram-se ao Largo da Carioca. Ali foram barrados pelos capoeiras sob a chefia de Manduca da Praia, chefe de malta de Santa Luzia. Tiveram de bater em retirada. Acabrunhadose tristes, reuniram-se no Largo. Aproximou-se deles o cadete Floriano, na sua farda da Escola Militar. Conversando com os colegas,soube do acontecido.
— Só isso senhores? Esperem um pouco que eu já venho.
Regressou vestindo um casaco velho e comprido. Na cabeça, um grande chapéu de abas largas. E uma bengala, que serviria de porrete. Apontouna direcção do Largo da Carioca:
— «Podem vir, rapazes!»O grupo seguiu até à Rua da Vala (actual Uruguaiana), onde estacaram:ali estava Manduca da Praia e os seus companheiros.
Floriano continuou em linha recta até chegar junto de Manduca. Frente a frente como lendário chefe de malta, disse:
— Com sua licença, meu senhor, nós vamos passar para o Largo da Carioca.
— Aqui ninguém passa — retrocou o capoeira, sorrindo, à espera do combate.
Imperturbável, Floriano aplicou uma rasteira em Manduca, enquanto gritava aos seus colegas:
— Podem passar, rapazes. Encorajados, os jovens saltaram sobre a malta e, enquanto o seu chefe permanecia fora de combate, deram um surra nos navalhistas. Pouco depois, amarrotados, e em alegre algazarra, chegavam ao Largo da Carioca. Entre os amigos do jovem Floriano que naquela noite deram cabo da malta de Santa Luzia estava Juca Paranhos, futuro barão do Rio Branco57
55 A Semana de 22-5-1886.
56 Coelho Netto, op. cit., p. 137, narra assim a morte de Plácido: «Morreu com a heroicidade de amouco, fuzilado no túnel da Copacabana, e só não dispersou a treda escolta, apesar de enfraquecido, como se achava, com os longos tratos na prizão, porque recebeu a descarga pelas costas, quando caminhava na treva, fiado na palavra de um oficial de nome Romano.»
57 Grandes Personagens da Nossa História, vol. i, p. 704.
http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1221841940O8hRJ0ah8Vq04UO7.pdf
NOTA:
Diferentemente dos atos amoucos em sociedades pré-modernas (a palavra "amok" provém da língua malaia), não se trata de acessos espontâneos de fúria ensandecida, mas sempre de ações longa e cuidadosamente planejadas. O sujeito burguês está determinado ainda pelo "autocontrole" estratégico e pela disciplina funcional até mesmo quando decai na loucura homicida. Os amoucos são robôs da concorrência capitalista que ficaram fora de controle: sujeitos da crise, eles desvelam o conceito de sujeito moderno, esclarecido, em todas as suas características.
*Robert Kurz é sociólogo e ensaísta alemão, autor de "Os Últimos Combates" (ed. Vozes) e "O Colapso da Modernização" (ed. Paz e Terra). Ele escreve mensalmente na seção "Autores", do Mais!.