miércoles, 8 de diciembre de 2010

1786-BAHÍA Negros dançarem e cantarem em língua de Angola

LUIZ VIANNA FILHO, O NEGRO NA BAHIA, Prefácio de, GILBERTO FREYRE
1 9 4 6, L I V R A R I A  J O S É  O L Y M P I O  E D I T O RA
Rua do Ouvidor, 110, - Rio — Rua dos Gusmões, 104 - São Paulo
Como vimos, ainda em 1786, pediam os negros das confrarias licença para, nas ruas da Bahia, dançarem e cantarem em língua de Angola. Na rua quem estava presente era o bântu. Às suas festas, feitas a céu aberto, incorporava-se, participando desse ou daquele modo, toda a população, inclusive negros sudaneses. Nos folguedos do "Rei congo", nos ranchos do boi, nos sambas, na capoeira, de que tanto se orgulhavam, nas pantominas das "cheganças" ou do "Imperador do Divino", angolas, congos e cabindas dominavam. Nina Rodrigues, acentuando esta procedência para os "cacumbis", disse ser "uma das poucas [tradições] porque este ramo da Raça Negra escapou à assimilação anônima que sofreu no Brasil". (47) A observação, porém, somente será verdadeira se exprimir a integração fácil, livre de grandes reações, silenciosa, e por isso mesmo escapando muita vez à argúcia dos estudiosos do bântu na sociedade colonial da Bahia. Integração, no entanto, que deixou marcas profundas, e cujos traços ainda hoje sobrevivem na população grandemente mesclada de sangue africano. No Recôncavo, principalmente, será possível surpreender essas marcas legadas pelos negros sub-equatoriais. Nas festas mais populares, nas diversões simples dos domingos, aí está alguma cousa a denunciar a origem congo-angolesa. Seja na capoeira, no samba ou no berimbau. O berimbau, de notas uniformes e monótonas, enche tardes inteiras de ócio, agrupando trabalhadores rurais, que espairecem ouvindo o instrumento primitivo. Ao seu som se fazem desafios de capoeira, os contendores envergando uniformes de marinheiro, de calças descidas apenas até ao meio da perna, enquanto os circunstantes acompanham, com palmas, a melodia que se repete. E as horas passam rápidas enquanto os contendores disputam a primazia com golpes de agilidade, e as tardes vão morrendo envolvidas num halo de saudade e de recordação inconsciente das terras africanas.

(47) Nina Rodrigues, Os Africanos no Brasil, pag. 273.

1 comentario:

  1. 34. Instruments dits khoi : rhombe burubush (KK 53), arc avec résonateur externe indépendant
    kha:s (KK 107), flûte conique en os ||areng !as (K12), arc avec résonateur indépendant kha:s
    (KK 107), arc musical !gabus (KK 127). Instruments korana : flûte ?adi (K 110), ensemble de 6 flûtes ?adi (K111a-f ), arc gora (K 128), tambour cylindrique |khais (K 160).
    Instruments nama : ensemble de 14 flûtes ?ati (K 108), ensemble de 17 flûtes ?ati (K 106),
    ensemble de 17 flûtes (K 109), arc musical !gabus/outa (KK 109). Instruments san : trois
    rhombes !goin!goin (KK 50, 52, 59), arc avec résonateur externe (K 211), flûte conique
    |garras (K 220A), 2 sifflets en forme de flûte conique |garras ou |garris (K 10A-B), flûte (K
    5a-b), flûte globulaire ||nazi khosike (K 80), trois arcs (KK 7, 8, 9), 2 harpes |ka|kanasi (KK
    5, 6), arc à résonateur buccal (KK 122), arc à friction nxonxoro (K 226a-b), luth ramkie (K
    189A), cithare !gawukhais (KK 183), arc avec résonateur externe (KK 130). Instruments des
    Bushmen Khomani : deux claquettes de bois marapo (KK 85), hochets en cocons |keriten
    (KK 83a-b). Instruments des Red Dune Bushmen: trois rhombes !goin!goin (KK 48, 51, 55),
    deux ensembles de 4 flûtes ?a (K 112, 113), deux ensembles de 6 flûtes ?a (K 114, 115),
    hochets en cocons |keriten (KK 74a-b), 2 bâtons pour accorder les flûtes ?ou (K 116a-b), 2
    rhombes fur fur (KK 57, 58).
    FUENTE:Archives Khoisan : l’histoire comme champ de la musique par Emmanuelle OLIVIER
    | Verdier | Afrique & histoire 2006/2 - N° 6
    ISSN 1764-1977 | ISBN 2-86432-474-1 | pages 195 à 224

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