Revista Brasileira de História, Print version ISSN 0102-0188, Rev. Bras. Hist. vol.26 no.52 São Paulo Dec. 2006, doi: 10.1590/S0102-01882006000200009
DOSSIÊ: ESCRAVIDÃO, A África carioca em lentes européias: corpos, sinais e expressões1
Eneida Maria Mercadante Sela, UNICAMP
Ferdinand Denis(1816) também descreve as músicas e danças pelo viés das nações africanas, ainda que sem maiores especificações:
Não sei qual o viajante, é Golbery, creio, que disse que a certa hora da noite toda a África estava em dança, e que os negros dançavam mesmo no meio das sepulturas. Passando à América, suportando a dura lei da escravidão, os negros nada perderam de seu amor por seu exercício de predileção; conservam o uso de todos os instrumentos próprios de sua nação: a banza, o tambor congolês, o monocórdio de Loango soam continuamente nas ruas do Rio de Janeiro. Suas danças nacionais se improvisam em todos os lugares onde estejam seguros de que não serão interrompidos. O batuque, que alternativamente exprime as repulsas e os prazeres do amor; a capoeira, em que se finge o combate; o lundu, que mesmo no teatro se dança, e cuja graça consiste principalmente num movimento particular das partes inferiores do corpo ... todas essas danças apaixonantes que mil vezes têm sido descritas pelos viajantes, executam-se no Rio de Janeiro, como tinham tido lugar em nossas colônias e como se hão de executar em toda a parte onde houver negros, mudando somente de denominações. (Denis, cit., p.156-8) fuente: DENIS, Ferdinand. Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Ed. USP, 1980
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