jueves, 10 de septiembre de 2009

Querino-Todos los pueblos tienen su capoeira

Manuel Raimundo Querino nasceu no 28 de julho de 1851, em Santo Amaro, Ba. A sua infância foi atribulada, como aliás toda a sua vida. A epidemia de 1855, em Santo Amaro, levara-le os pais. Foi confiado aos cuidados de um tutor, o professor Manoel Correia Garcia, que o iniciou nas primeiras letras.
Tendo apenas o curso primário, Manuel Querino, aos 17 anos (1868), alistou-se como recruta, viajando pelos sertões de Pernambuco e Piauí, e aí unindo-se a um contingente que se destinava ao Paraguai. Não fui mandado para o Paraguai por motivos de saúde. Foi para o Rio de Janeiro no mesmo ano, ficou empregado no escritório do quartel. Em 1870, foi promovido a cabo de esquadra, e logo depois teve baixa no serviço militar.
Faleceu na Bahia no 14 de Fevereiro de 1923.
Depois da sua morte, foi publicada a sua A arte culinária na Bahia (39 páginas). Em 1938, Artur Ramos editou uma compilação de textos já publicados, divulgada como Costumes africanos no Brasil (351 páginas). numeradas. É esta edição que serviu de base para o texto sobre a capoeira aqui apresentado.
Biografia copilada de Artur Ramos (prefácio à A Raça Africana no Brasil, 1938), Frederico Edelweiss (bibliografia, ibid.) Luis da Câmara Cascudo (Dicionário de Folclore Brasileiro, 1954), E. Bradford Burns (History of Brazil, 1985), Larousse Cultural, Brazil A/Z, 1994).
http://www.capoeira-palmares.fr/histor/querino.htm
Manuel Raimundo Querino, o primeiro historiador negro no Brasil (1854-1923) deu a primeira descrição da capoeira baiana no seu último livro, A Bahia de Outrora, em 1916.
"A CAPOEIRA"
O Angola era, em geral, pernostico, excessivamente loquaz, de gestos amaneirados, typo completo e acabado do capadocio e o introductor da capoeiragem, na Bahia.
A capoeira era uma especie de jogo athletico, que consistia em rapidos movimentos de mãos, pés e cabeça, em certas desarticulações do tronco, e, particularmente, na agilidade de saltos para a frente, para traz, para os lados, tudo em defesa ou ataque, corpo a corpo. O capoeira era um individuo desconfiado e sempre prevenido. Andando nos passeios, ao approximar-se de uma esquina tomava immediatamente a direcção do meio da rua; em viagem, si uma pessoa fazia o gesto de cortejar a alguem, o capoeira de subito, saltava longe com a intenção de desviar uma aggressão, embora imaginaria.
O domingo de Ramos fôra sempre o dia escolhido para as escaramuças dos capoeiras. O bairro mais forte fôra o da Sé; o campo da lucta era o Terreiro de Jesus. Esse bairro nunca fora atacado de surpresa, porque os seus dirigentes, sempre prevenidos fechavam as embocaduras, por meio de combatentes, e um tulheiro de pedras e garrafas quebradas, em forma de trincheiras, guarneciam os principaes pontos de ataque, como fossem: ladeira de S. Francisco, S. Miguel, e Portas do Carmo, na embocadura do Terreiro. Levava cada bairro uma bandeira nacional, e ao avistarem-se davam vivas vas a sua parcialidade.
Terminada a lucta, o vencedor conduzia a bandeira do vencido. Nos exercicios de capoeiragem, o manejo dos pés muito contribuia para desconcertar o adversario, com uma rasteira, desenvolvida a tempo.No acto da lucta, toda a attenção se concentrava no olhar dos contendores; pois que, um golpe imprevisto, um avanço em falso, uma retirada negativa poderiam dar ganho de causa a um dos dois. Os mais habeis capoeiras, logo aos primeiros assaltos, conheciam a força do adversario; e, neste caso, já era uma vantagem, relativamente ao modo de agir.
Por muito tempo, os exercicios de capoeiragem interessaram não só aos individuos da camada popular, mas tambem às pessoas de representação social; estas, porém, como um meio de desenvolvimento e de educação physica, como hoje é o foot-ball e outros géneros de sport. Os povos cultos têm o seu jogo de capoeira, mas sob outros nomes: assim, o português joga o pau; o francez, a savata; o inglez, o soco; o japonez, o jiu-jitsu, a imitação dos jogos olympicos dos gregos e da lucta dos romanos.
http://www.capoeira-palmares.fr/histor/bahia_ou.htm

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