jueves, 10 de septiembre de 2009

Capangas,maltas e capoeiras

estadistica inmigraçao:
http://www.diasmarques.adv.br/artigos/Artigo_Imigracao_Estadao2.pdf foto:Praticante de crime na cidade ( podemos observar que não se tratava de um jovem).
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/historia/hist34.htm
Capoeira :Na primeira metade do século XIX a capoeira era praticada pelos escravos e libertos. Jogar capoeira consistia no uso de agilidade corporal e no manejo da navalha para golpear os adversários. A presença dos capoeiras nas ruas marcava o cotidiano da escravidão urbana no Rio de Janeiro. Para a polícia eles eram vadios e desordeiros sempre dispostos a afrontá-la com violência. Entretanto, os capoeiras também eram trabalhadores ocupados no transporte de mercadorias, operários, marinheiros, enfim pessoas que constituíam nas ruas e praças espaços próprios. Mas, para as autoridades policias do período imperial os capoeiras comprometiam a ordem social, desestabilizavam o cotidiano das cidades. A destreza no manuseio da navalha e a habilidade no uso do próprio corpo nos golpes faziam deles uma gente potencialmente perigosa. Ao longo de todo século XIX um dos grandes objetivos da ação policial foi a repressão aos capoeiras, mas nem sempre com a mesma determinação e eficiência. Uma maior ou menor tolerância dependia do contexto político, do empenho das autoridades policiais e mesmo alianças nas quais capoeiras podiam estar envolvidos. Entre 1866 e 1870, durante a guerra do Paraguai, negros capoeiras foram incorporados, muitos forçosamente, aos batalhões brasileiros. O recrutamento forçado para o Exército e a Guarda Nacional era uma forma de puni-los. Entretanto, ao ser introduzida nas fileiras militares, a capoeira conquistou adeptos entre a população livre e criou a possibilidade de prestígio e ascensão para os negros que a praticavam. Por isso não era incomum que soldados e até oficiais graduados do Exército e da própria polícia a praticassem. As relações entre aqueles que eram vistos como desordeiros e os encarregados pela promoção da ordem eram mesmo bastante dúbias. Capoeiras eram contratados pela polícia como informantes ou por políticos como capangas, enquanto se multiplicavam nos jornais de várias cidades queixas contra a capoeiragem. Em Belém do final do século XIX, nomes como Chico Bala e Mão-de-Seda ficaram conhecidos pelos serviços, nem sempre lícitos, que prestava a chefes políticos locais. Por outro lado, na capital paraense, através dos jornais denunciava-se o território dos capoeiras: o Ver-o-Peso, um mercado público na área portuária da cidade, e o largo de Santana, onde estavam as principais casas de jogos, as ricas pensões e os clubes de dança. O Pará viveu na Primeira República uma época de prosperidade graças aos lucros com a exportação da borracha da Amazônia. Pelo porto de Belém eram embarcadas para a Europa e os Estados Unidos grandes quantidades de látex, e desembarcados produtos europeus como tecidos, jóias, livros e máquinas agrícolas. Era justamente nessa zona portuária de grande circulação de pessoas e riquezas que a capoeiragam era praticada a qualquer hora do dia e da noite. É certo que ao se exibirem em locais tão movimentados eles contavam com a conivência, ou pelo menos com a tolerância da polícia. Principalmente se entre os praticantes houvesse capangas de políticos importantes, que geralmente ficavam impunes apesar das infrações que cometiam. Isso demonstra que a repressão dependia das circunstâncias e conveniências. O êxito da economia paraense atraiu para a região amazônica, entre 1890 e 1910, trabalhadores nordestinos e imigrantes europeus, principalmente portugueses. A interação entre esses trabalhadores levou à incorporação pela capoeira paraense de armas próprias às lutas portuguesas, assim como golpes e hábitos dos capoeiristas baianos, cearenses e pernambucanos. No Rio de Janeiro, essa convivência entre negros, imigrantes pobres e migrantes de diversas regiões do país nas ocupações braçais, principalmente na estiva, ampliou, ainda mais, os tipos sociais que praticavam capoeira. Entre os praticantes estavam portugueses, espanhóis e italianos que trabalhavam no porto, operários nordestinos, soldados, brasileiros brancos e pobres. Não eram apenas os negros que podiam ser facilmente identificados como capoeiras pelo andar gingado, as calças de boca larga e a argolinha de ouro na orelha, sinais de valentia. Por outro lado, a rivalidade entre os grupos de capoeiras, também chamados de maltas, como os nagoas e guaiamus no Rio de Janeiro, expunham as distinções e disputas que pontuavam o cotidiano da população negra. As cores das roupas, fitas, chapéus, tipos de assobios eram sinais que os distinguiam. Se as autoridades ignoravam as diferenças entre os vários grupos que compunham o contigente negro, as maltas provavam que as relações entre eles eram complexas, marcadas por filiações étnicas e espaços de inserção na cidade. Na década de 1880, quando a campanha republicana foi intensificada, o envolvimento de capoeiras em disputas partidárias agitou a vida política nacional. A crise que há algum tempo ameaçava a monarquia foi agravada com a abolição. Às vésperas da proclamação da República a situação se tornou mais grave no Rio de Janeiro. Naquela cidade, grupos de capoeiras, aliados a políticos monarquistas, tumultuaram atos públicos dos republicanos, ameaçando-os e mesmo invadindo e incendiando sedes de jornais que faziam oposição à família imperial. A cabeçada, a rasteira e a navalhada passaram a ser os principais instrumentos de convencimento a favor da continuidade do regime monárquico. Quando a República foi proclamada veio a revanche: a capoeira passou a ser contravenção prevista no Código Penal de 1890, com pena de dois a seis meses de prisão. Muitos praticantes acusados de outros crimes, como vagabundagem e roubo, tiveram como destino a colônia correcional da Paraíba, a ilha de Fernando de Noronha ou o Acre para que fossem corrigidos pelo trabalho. A ordem do presidente Deodoro da Fonseca era que a capoeiragem fosse extinta do território nacional para o bem dos cidadãos e da segurança do Estado. A atenção especial da legislação penal republicana, por certo, estava relacionada à participação política de capoeiras nos episódios que antecederam a proclamação da república em 1889. Mas outras razões para a repressão aos capoeiras também foram enumeradas. Em Belém, um delas era o suposto aumento da criminalidade. Na interpretação da polícia paraense os capoeiras eram os principais responsáveis por delitos que iam desde o uso de palavras obscenas em locais públicos a homicídios. Nem por isso a capoeira deixou de fazer parte dos arranjos políticos durante a República. Em Belém, uma Guarda Negra continuou prestando serviços como capangas a políticos locais. Esses capangas eram, em grande parte, pernambucanos que, além de garantirem a segurança e executarem as tarefas ordenadas por líderes locais, organizaram cordões carnavalescos.Entre 1888 e 1889 foi formada uma organização chamada Guarda Negra. Dela faziam parte negros — alguns deles capoeiras — que defendiam a monarquia e a família real. Eles se organizaram no Rio de Janeiro e na Bahia em nome do Terceiro Reinado no Brasil, sob o governo da princesa Isabel, a quem diziam dever gratidão pelo ato que aboliu a escravidão no Brasil. Com o apoio inicial do abolicionista negro José do Patrocínio e de outros políticos importantes, o grupo usava dos golpes da capoeira para dispersar reuniões de republicanos. No Rio de Janeiro, em dezembro de 1888, eles transformaram o largo do Rossio em praça de guerra para impedir que Silva Jardim discursasse em prol da República. Na Bahia, o mesmo Silva Jardim foi recebido em junho de 1889 com paus, pedras e pontapés ao desembarcar para participar de um comício republicano. Manoel Benício dos Passos, o Macaco Beleza, foi acusado pelos republicanos de ser o causador do conflito na Bahia. Ele foi descrito na época como "mulato alto, beiçola, tipo de rua, ignorante e inculto". Para os estudantes de Medicina envolvidos no confronto ele liderava "uma malta de homens de cor, sujos, descalços, sem chapéus, rotos e ferozes": a Guarda Negra baiana. naval desfilavam cordões rivais que eventualmente se enfrentavam nas ruas. À frente dos cordões iam os "balisas", ou seja, capoeiras armados com navalhas e punhais encarregados de garantir a segurança dos integrantes. A rivalidade entre os grupos às vezes assumia traços raciais. Era famosa, por exemplo, a hostilidade que havia entre os moradores dos bairros periféricos de Belém, de maioria negra e cabocla, e aqueles que residiam no centro da cidade, em geral comerciantes e caixeiros portugueses. Não é preciso o dizer que nos conflitos que aconteciam entre os cordões nem sempre a polícia agia de acordo com a legislação em vigor. O apadrinhamento político garantia a impunidade. Seguindo essa lógica de troca de favores, ao longo das três primeiras décadas do XX a capoeiragem foi muito comum nas vias públicas, na zona do porto, nas feiras livres e durante as festas religiosas e o Carnaval.


http://74.125.77.132/search?q=cache:bKIWvxU3eUkJ:www.scribd.com/doc/6520040/Livro-Uma-Historia-Do-Negro-No-Brasil+At%C3%A9+hoje+a+Holanda+se+constitui+metr%C3%B3pole+do+Suriname+Brasil,+refugiaram+os+holandeses+fugiram+Pernambuco&hl=es&ct=clnk&cd=4

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